Eu precisava falar sobre sensações
Nota: Esse texto fica melhor quando lido como foi escrito (ouvindo "perfume", do Mehro).
Eu não vou mentir, fazer de você a figura que me enche de vida quando eu mais preciso me causa uma onda de medo terrível em fins de tarde como esse. Engraçado como exatamente pelo fato de você sempre me fazer sentir em casa, você também me faz sentir exilada de tudo que é mais importante para mim, quando eu me lembro de como as coisas são na realidade.
Em momentos como esse, músicas tristes são como furacões, que me sugam, para cada vez mais perto, ou como uma queda em um vale profundo, porque elas me fazem sentir que nada mais importa além do sentimento que tenho ao ouvi-las. Dessa vez o sentimento é de que, na verdade, não tem ninguém me vendo exatamente da maneira como eu gostaria de ser vista.
Mas eu estou no meio do Ensino Médio, é claro… então como vencer a tendência de permanecer envolta de tão grande anseio, para enfrentar o cotidiano? Talvez antes eu dissesse que não tem como fazer isso de uma forma confortável, o jeito é apenas desligar o fone e começar a fazer o que tem que ser feito, até que eu me acostume e aquilo já não pareça mais tão difícil, só chato.
Entretanto, você fez mais por mim do que parece. Você é uma das poucas pessoas que me veem, talvez não exatamente como eu gostaria, mas exatamente como eu preciso. E isso não faz com que deixar as músicas tristes seja confortável, mas o torna mais fácil. Eu não sei por que… por algum motivo, saber que alguém te acha competente, e se identifica com você, te deixa mais forte, mesmo quando se está só, em um fim de tarde melancólico.
Não tenho muito mais o que dizer… escrevi esse texto com o mesmo objetivo de um pintor impressionista, eu precisava falar sobre sensações.
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