Eu me apaixonei
Parece que estou me desdobrando por uma pessoa de quem nem gosto tanto assim, mas é muito difícil desistir. Eu sempre crio mais e mais fantasias e quando todas desaguam no término, fazendo com que eu me sinta livre, sem culpa, logo imagino como ele se sentiria, o que diria e faria, mas e quanto a mim? Eu simplesmente sumo, aparecendo em outra fantasia em que, passado algum tempo, nos reencontramos.
Estou me recusando a assumir que, no fundo, eu sei bem que assim é melhor, que não estou perdendo muita coisa, gosto de quem eu sou e quero ser, e não quero abrir mão disso. Sei que parece arrogante, que ele provavelmente está lendo esse texto e, mesmo pensando que já esperava por isso, não terá gostado desse “eu não me apaixonei”, mas eu tenho levado uns tapas na cara que gostaria de compartilhar com você.
Um deles foi quando a Tatá Werneck, ao entrevistar seu pai, perguntou se ele já havia traído sua mãe, e ele disse que não, que quando se entra num relacionamento, é pra fazer a outra pessoa feliz, e tudo o que ele quer é ver a mãe dela feliz. A Jout Jout, uma youtuber que adoro e recomendo, falou que leu uma frase parecida, mas um pouco mais elaborada, que dizia que “a função de um relacionamento não é te trazer felicidade, e sim, te trazer consciência sobre quem você é, e o que está fazendo aqui”. Um belo tapa, na minha opinião…
Também doeu ouvir de um psicólogo em um dos episódios do programa “Bem Juntinhos”, do GNT, que muitas vezes, quando entramos num relacionamento, primeiro nos perguntamos se estamos sendo amados, pra só depois pensar se estamos amando a outra pessoa.
Falei tudo isso porque, como pode ser percebido no texto em que descrevi meu conceito sobre amor, nos momentos em que me senti amada, foi como se a pessoa soubesse que tenho defeitos e os apontasse quando necessário, mas também soubesse, sem nunca duvidar, qual é a minha essência (meus valores, principais características e desejos), e a respeitasse e admirasse.
É muito deprimente, eu sei, mas não acho que sintamos isso. E tudo bem, porque se não podemos fazer isso um pelo outro, no final das contas nada foi perdido.
Obs.: O título desse texto era, até hoje, "Eu não me apaixonei", mas pensando bem, paixão teve mesmo, teve muita paixão, daquela que faz o rosto da pessoa te assaltar do nada, quando se está quase pegando no sono, daquela que transforma cada notificação em um frio violento na barriga, daquela que faz a pessoa caber em todos os cenários, assuntos e músicas, apenas cabe. Eu é que não coube, me pareceu pequeno demais. Ou talvez eu tenha achado que tinha menos espaço do que realmente tinha. De qualquer forma, acabou.
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