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Mostrando postagens de janeiro, 2023

Eu me apaixonei

Parece que estou me desdobrando por uma pessoa de quem nem gosto tanto assim, mas é muito difícil desistir. Eu sempre crio mais e mais fantasias e quando todas desaguam no término, fazendo com que eu me sinta livre, sem culpa, logo imagino como ele se sentiria, o que diria e faria, mas e quanto a mim? Eu simplesmente sumo, aparecendo em outra fantasia em que, passado algum tempo, nos reencontramos.  Estou me recusando a assumir que, no fundo, eu sei bem que assim é melhor, que não estou perdendo muita coisa, gosto de quem eu sou e quero ser, e não quero abrir mão disso. Sei que parece arrogante, que ele provavelmente está lendo esse texto e, mesmo pensando que já esperava por isso, não terá gostado desse “eu não me apaixonei”, mas eu tenho levado uns tapas na cara que gostaria de compartilhar com você. Um deles foi quando a Tatá Werneck, ao entrevistar seu pai, perguntou se ele já havia traído sua mãe, e ele disse que não, que quando se entra num relacionamento, é pra fazer a outra...

É o fim da música brasileira?

Me incomoda muito quando as pessoas dizem que a música brasileira está perdida, ou que determinado artista é o "salvador" dela. As coisas mudam, nada é pra sempre, e não é porque os artistas e as formas de produzir, divulgar e ouvir música estão diferentes, que estão ruins.  Essas falas tem até um tom eletista, como se certas pessoas fossem inalcançáveis. Minha mãe diz que é sempre assim, as pessoas sempre vão dizer que na época delas era melhor. Mas Ronaldo Bôscoli, o primeiro marido da Elis Regina, cantora que pode entrar nessa lista de pessoas, por contribuir muito para a música brasileira há mais de 50 anos, dizia que os Beatles eram garotos que não sabiam fazer música. É uma opinião de um músico da época. E é assim que os Beatles eram encarados no começo. No começo, os mais velhos diziam que rock era coisa dos rebelbes que queriam fazer barulho. E os apaixonados por Beatles e as tantas personalidades do rock agora são os mais velhos.  Tem duas músicas da Elis que falam s...

Eu não tô nem aí se eu não sou especial

Ontem à noite aconteceu uma coisa engraçada. Eu deitei na cama sem estar com muito sono, e fiquei pensando na vida, tentando resistir à tentação de sair dali. Não deu certo, resolvi escrever. Relatei memórias e fantasias em que, supostamente, me senti viva, parte do jogo.  Então me perguntei, provavelmente pela quinquagésima vez, se eu nunca deveria ter terminado meu relacionamento. Porque ele tem tantas qualidades, porque sempre concluo que nenhum de nós é melhor que o outro, somos apenas diferentes, e porque já me disseram que as pessoas podem mudar umas pelas outras.  Mas é muito estranho, porque eu nem ao menos me sentia confortável quando estava com ele. É a premissa básica, talvez seja a única coisa necessária pra que eu ficasse, e ela não existia.  O que me deixa amargurada é pensar que eu talvez tenha perdido uma chance de me sentir viva, porque na minha cabeça, estar namorando uma pessoa (que, "ainda por cima", é tão legal), é viver, ter o direito de fazer as coi...