Cansei de pensar (reescrita do "Sobre crises existenciais")

Você já parou pra refletir sobre a vida e chegou à conclusão de que tudo passa, nada é pra sempre e por tanto, nada importa? Se sim, parabéns, você teve uma crise existencial. 


Eu me lembro do dia em que estava assistindo uma aula sobre a origem das olimpíadas e aprendi que há muitos anos, nos primórdios dessas competições, que eram feitas em homenagem aos muitos deuses cultuados pelos gregos, eles faziam todos os esportes pelados. Pois é. E faziam estátuas que representavam o corpo humano e "o corpo ideal" que era sarado e cheio de curvas. Mais tarde, também aprendi que as pessoas eram livres para terem relações com pessoas do mesmo sexo que elas. Mas aí vieram os romanos e acabaram com tudo isso.


Esses dias, minha vó me contou que a minha bisavó nunca usava tênis. Muito provavelmente, era porque ela achava que mulheres não deveriam usar tênis, apenas sapatos "delicados". Mas pra mim, usar tênis é a coisa mais normal do mundo, eu só saio de casa de tênis. Ou seja, a questão "usar ou não usar tênis", ou ainda, "corresponder a padrões de feminilidade ou não" existiu pra nós duas, mas demos respostas diferentes a ela. 


Outro exemplo: eu estou escrevendo isso porque é um assunto que não sai da minha cabeça, mas eu poderia não dar tanta atenção a isso porque filosofar sobre a vida é um privilégio. 


Pensar na quantidade de contradições e exceções que compõem o nosso mundo é muito cansativo. 


Por isso, o filme "Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo" foi um dos que mais mexeu comigo em toda a minha vida, porque ele abraça o nosso cansaço, a nossa vontade de pôr tudo em um só lugar, simplificar as coisas. É… às vezes isso é tudo que eu quero fazer. 


Quanto mais o tempo passa, mais a gente volta pras mesmas questões, situações, sentimentos… E como o próprio Ludo Viajante diz em seu vídeo "E quando você cansa de si mesmo?", não há nada que possamos fazer para impedir a passagem do tempo. Segundo esse vídeo, a única coisa que podemos mudar é a nossa percepção sobre as situações.  


Ou seja, já que podemos nunca transcender, chegar ao céu ou ao inferno ou sentir que já nos divertimos o suficiente, vamos aproveitar o que já temos e tentar mudar as coisas aos poucos.


Eu sei, é clichê. Era algo mais ou menos assim que estava escrito em uma camiseta da Renner que a minha mãe olhou e disse "credo…", mas eu vou fazer o quê? Se estou em uma fase em que uma frase que as tias gostam de pôr nos Stories delas, me comove, que seja… É, que seja. 


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